Início do percurso: junto à Pousada de São Lourenço.
A Rota do Covão de Santa Maria é banhada pelo rio Mondego, que corre rápido e cristalino num anfiteatro natural, rodeado de lameiros, onde cresce o pasto e se alimentam os rebanhos. Ao longo do trilho o caminhante entra em contacto directo com a cultura e tradições do concelho de Manteigas, submergindo em searas de centeio que esboçam na paisagem tons de dourado e castanho, fazendo-se transportar por levadas amparadas nas encostas do Mondego, caminhando lado a lado com pastores e os seus rebanhos.
Na paisagem humanizada destaca-se o Covão de Santa Maria, lugar recôndito moldado pela actividade agrícola, a Castanheira, pequena povoação rural que outrora teve maior expressão populacional, e a Pousada de São Lourenço, edifício do final da década de trinta, construído de raiz para o turismo, fazendo parte do primeiro grupo de edifícios que constavam de um programa nacional para dotar o país de uma rede de pousadas – Pousadas de Portugal, grupo Pousadas de Natureza.
Entre revelações surge a Capela da Nossa Senhora do Carmo, inaugurada a 1 de Novembro de 1949 pelo Bispo da Guarda, que foi mandada construir por José Ramos dos Santos para que o seu filho, Padre Zeferino Roque pudesse pregar a doutrina católica. Junto a esta Capela pode ser encontrado o Covão da Ponte, lugar mítico e absolutamente mágico para uma visita, um lanche ou um repouso revitalizante.
Na derivação que conduz à Rota do Carvão, cruza-se o Chão das Barcas e aparece o Observatório Meteorológico das Penhas Douradas, localmente denominado de Gadelhas, e que foi construído em 1882 para monitorizar as condições meteorológicas da Serra da Estrela. É composto por um núcleo de três edifícios, o Observatório, um anexo para residência dos técnicos e a denominada casa da mula.
Em relação à flora presente no trilho, encontra-se o carvalho-negral, a tramazeira, o vidoeiro, entre outras espécies autóctones, e muitas outras que foram “introduzidas”. Em áreas onde o coberto arbóreo se apresenta degradado dominam os matos, nos quais são de considerar a giesta-branca, a giesta-pioneira e a urze.
A Rota do Covão de Santa Maria é constituída por áreas florestais, áreas abertas de matos e linhas de água, proporcionado diversidade faunística. Das espécies presentes destaca-se o falcão-peregrino, o morcego-de-ferradura-pequeno e a toupeira-de-água que enfrentam um risco de extinção elevado. Espécies como o coelho-bravo, a águia-cobreira, e o corvo encontram-se com um estatuto de espécie ameaçada.
Este percurso está repleto de paisagens e locais admiráveis e de pontos de interesse atractivos à observação, à prática de actividades de natureza e ao repouso.